Saturday, October 09, 2004
Leitura da semana: "Al-Qaeda e o que Significa Ser Moderno ", de John Gray.
O livro é interessante pela abordagem de que a Al-Qaeda não tem nada de medieval, pelo contrário, é fruto da globalização, e o que mais se aproximaria dela historicamente na verdade seriam as organizações terroristas de cunho anarquista do século XIX. Inclusive o autor afirma que ela é fruto principalmente de bolsões anárquicos, que existem em locais onde houve a falência do Estado, isso em virtude de uma ideologia neoliberal que prega o Estado mínimo que parece não ter dado certo.
O autor é defensor de um Estado presente, atuante, e isso ele deixa claro o tempo todo (em certa passagem ele diz que a anarquia não é desejável). A impressão que passa é que ele pretende defender um Estado nos moldes do antigo Welfare State da Europa do pós-guerras.
A grande sacada do livro, a meu ver, é ligar a escola do Positivismo à ideologia quase religiosa do neoliberalismo atual. E colocar a Al-Qaeda dentro desse contexto é muito mais sensato do que classificá-la como medieval, como um "confronto de civilizações" (e os argumentos dele sobre essa questão me convenceram disso, apesar de que achar ainda duvidoso classificar a Al-Qaeda como uma organização "ocidental").
Outra questão importante é a abordagem sobre a ''nova'' guerra, que transcende o conceito de nação. Nesse sentido, o ataque às Torres Gêmeas teriam sido sim um ato de guerra. Mas não estou certo disso, afinal a resposta americana foi atacar uma nação, o Afeganistão, e depois se aproveitou da situação pra atacar outra nação, o Iraque. Essa é uma questão que acho que ainda temos que esperar pra avaliar.
Uivos à Lua Cheia:
O livro é interessante pela abordagem de que a Al-Qaeda não tem nada de medieval, pelo contrário, é fruto da globalização, e o que mais se aproximaria dela historicamente na verdade seriam as organizações terroristas de cunho anarquista do século XIX. Inclusive o autor afirma que ela é fruto principalmente de bolsões anárquicos, que existem em locais onde houve a falência do Estado, isso em virtude de uma ideologia neoliberal que prega o Estado mínimo que parece não ter dado certo.
O autor é defensor de um Estado presente, atuante, e isso ele deixa claro o tempo todo (em certa passagem ele diz que a anarquia não é desejável). A impressão que passa é que ele pretende defender um Estado nos moldes do antigo Welfare State da Europa do pós-guerras.
A grande sacada do livro, a meu ver, é ligar a escola do Positivismo à ideologia quase religiosa do neoliberalismo atual. E colocar a Al-Qaeda dentro desse contexto é muito mais sensato do que classificá-la como medieval, como um "confronto de civilizações" (e os argumentos dele sobre essa questão me convenceram disso, apesar de que achar ainda duvidoso classificar a Al-Qaeda como uma organização "ocidental").
Outra questão importante é a abordagem sobre a ''nova'' guerra, que transcende o conceito de nação. Nesse sentido, o ataque às Torres Gêmeas teriam sido sim um ato de guerra. Mas não estou certo disso, afinal a resposta americana foi atacar uma nação, o Afeganistão, e depois se aproveitou da situação pra atacar outra nação, o Iraque. Essa é uma questão que acho que ainda temos que esperar pra avaliar.
Tuesday, October 05, 2004
Anulei meu voto nestas últimas eleições. Não achei nenhum candidato merecedor dele - todos usam as mesmas artimanhas pra conseguir votos, alianças, estranhas, brigas, baixarias... Na cidade do Rio de Janeiro, tinha gente que ia votar no César Maia só pra ter feriado no dia do segundo turno...
A verdade é que a democracia na prática não está funcionando, nem aqui, nem lá fora. Porque a democracia é mais do que contar quem tem mais votos, é o respeito aos seus cidadãos, aos direitos fundamentais, e o que vemos são os candidatos gastando milhõs em marketing como se fossem um produto qualquer, campanhas sem conteúdo visando apenas conquistar o voto sem compromissos para o futuro. E por parte dos eleitores, apatia total, é como se nada disso tivesse a ver com eles...
Estamos precisando mudar as regras do jogo...
Uivos à Lua Cheia:
A verdade é que a democracia na prática não está funcionando, nem aqui, nem lá fora. Porque a democracia é mais do que contar quem tem mais votos, é o respeito aos seus cidadãos, aos direitos fundamentais, e o que vemos são os candidatos gastando milhõs em marketing como se fossem um produto qualquer, campanhas sem conteúdo visando apenas conquistar o voto sem compromissos para o futuro. E por parte dos eleitores, apatia total, é como se nada disso tivesse a ver com eles...
Estamos precisando mudar as regras do jogo...
Quase 3 meses sem atualizar o blog, e as visitas até caíram, mas nem tanto. Não passou uma semana nesse tempo todo sem que o blog tivesse pelo menos mais de 10 visitas. Por isso, resolvi sair da inércia e voltar a atualizá-lo.
Só que ultimamente não tenho tido tempo de ficar horas na internet procurando coisas legais, por isso o ritmo não vai ser o mesmo de antes. Talvez eu prefira postar comentários e resenhas em detrimento dos links, não sei, não vou fazer nada planejado dessa vez.
Uivos à Lua Cheia:
Só que ultimamente não tenho tido tempo de ficar horas na internet procurando coisas legais, por isso o ritmo não vai ser o mesmo de antes. Talvez eu prefira postar comentários e resenhas em detrimento dos links, não sei, não vou fazer nada planejado dessa vez.